quarta-feira, dezembro 31, 2008

7° Concurso de contos da ADL, Boa Esperança, MG

Relação de Premiados:


Prêmio “Áurea Netto Pinto” 1º lugar: R$ 1.000,00, troféu e diploma
Maria Apparecida Sanches Coquemalla – “In/Justiça" – Itararé, SP

Prêmio 2º lugar: R$ 500,00, troféu e diploma
Benilson Toniolo* – “O poeta no supermercado” – Campos do Jordão, SP

Prêmio 3º lugar: R$ 300,00, troféu e diploma
Édson Ferreira de Ázara– “A morte morta” – Boa Esperança, MG

Prêmios de Menção Honrosa: Diplomas. (Em ordem alfabética de autor.)

Antonio Ribeiro – “A viúva feliz” – São Paulo, SP
Cecy Barbosa Campos – “O homem transparente” – Juiz de Fora, MG
Éder Rodrigues* – “Do lar” – Belo Horizonte, MG
Fabiana de Oliveira Ribeiro – “Colégio Cinza” – Alterosa, MG
Gilson Eustáquio Chagas – “Cidadania... O resgate pra vida” – São José do Rio Preto, SP
Luciane Godinho da Silva – “O sacrifício do rei” – Porto Alegre, RS
Márcia Regina A. Duarte – “Pirei com a cabeça da minha amiga” – Rio de Janeiro, RJ
Máua Levi de Santana* – “Um dia menos os outros” – Jaboatão dos Guararapes, PE
Orlando de Arco e Flexa Neto – “O mundo do Homem Azul” – Monte Alegre do Sul, SP
Ritamar Invernizzi – “Hibernal” – Bento Gonçalves, RS
Reginaldo Costa de Albuquerque – “5o andar” – Campo Grande, MS
Simone Pedersen* - “A primeira desilusão a gente nunca esquece” – Vinhedo, SP
Solange Firmino* - “Tudo muda” – Rio de Janeiro, RJ
Sulamita Coelho Amaral – “O medo” – Divinópolis, MG
Tânia Cristina Dias – “Alfazema” – Nova Lima, MG
Vítor Menezes* – “O cavador de cisternas” – Boa Esperança, MG
Yvelise A. Queiroz e Crepaldi – “Admirador secreto” - Itajubá, MG

(*) Nome literário.

sexta-feira, dezembro 19, 2008

Afrodite, deusa do amor e da beleza


Na Ilíada, Homero traz Afrodite como filha de Zeus e Dione. A versão mais popular do seu nascimento diz que quando Crono castrou Urano, os testículos caíram no mar e a partir do sêmen jorrado se formou a espuma da qual surgiu Afrodite. Assim que nasceu, foi levada pelo vento Zéfiro para Chipre, onde foi ornamentada pelas Horas e depois conduzida ao Monte Olimpo.

Os mitos mais importantes apontam Afrodite para a Ásia, como o amante Adônis e os filhos Enéias, Hermafrodito e Priapo. A deusa venceu o concurso que resultou na Guerra de Tróia , o que também a leva para a Ásia. Éris, a Discórdia, não convidada para as núpcias de Peleu e Tétis, lançou entre Hera, Afrodite e Atena uma maçã de ouro com os dizeres “para a mais bela”. Zeus designou como árbitro da disputa o filho do rei de Tróia. As deusas ofereceram a Páris seus presentes: Atena daria a sabedoria; Hera, o poder sobre o Universo. Afrodite venceu ao prometer o amor da mais bela mulher. Como recompensa pelo título de a mais bela das deusas, Afrodite auxiliou Paris na viagem a Esparta e no rapto de Helena.

O grande casamento grego da deusa foi com Hefestos, o deus ferreiro. Na ausência dele, Ares partilhava o leito de Afrodite, que deixava à porta dos aposentos o jovem Aléctrion, atento à aproximação do Sol . Um dia, o vigia dormiu e os amantes foram denunciados. O marido traído preparou uma rede mágica, prendeu o casal e chamou os deuses como testemunhas do adultério. Afrodite fugiu para Chipre e Ares para a Trácia. Desse amor nasceram Fobos (o medo), Deimos (o terror) e Harmonia. Aléctrion foi metamorfoseado em galo (alektryón é galo em grego) e obrigado a cantar antes do nascimento do Sol.

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Solange Firmino


Texto completo na coluna Mito em Contexto, em Blocos online.

Imagem: Afrodite e Adônis, Waterhouse, 1899.

sexta-feira, dezembro 12, 2008

Hermafrodito, filho de Hermes e Afrodite


O nome Hermafrodito deriva da união dos nomes Hermes e Afrodite. Assim como os dois nomes dos seus pais, Hermafrodito teria nascido com os dois sexos. A versão mais popular do mito dizia que a dualidade de sexos foi adquirida. Assim, Hermafrodito nasceu homem e foi entregue às ninfas , para ocultar o adultério da mãe. A deusa do amor e da beleza gerou muitos filhos, frutos de várias relações amorosas. Hermafrodito nasceu do romance com Hermes, mensageiro dos deuses.

O menino, tão belo quanto a mãe, foi criado pelas ninfas na floresta de Ida até completar quinze anos, quando resolveu sair pelo mundo. Chegando à Cária, aproximou-se de um lago e logo despertou o amor da ninfa que habitava nas proximidades, a bela Salmácis. Assim como Narciso recusara as investidas da ninfa Eco, Hermafrodito recusou as investidas de Salmácis.

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Solange Firmino


Texto completo na coluna Mito em Contexto, em Blocos online.


Imagem: Ninfa Salmácis e Hermadrodito.

domingo, novembro 23, 2008

Zeus e Ganimedes


Zeus governava o mundo dos deuses e dos homens do alto do Monte Olimpo. Além da esposa legítima Hera, o deus teve vários relacionamentos amorosos com deusas e mortais, com as quais teve uma numerosa descendência. Entre os filhos mais famosos, teve Dioniso com Sêmele; engoliu Métis quando grávida e extraiu a filha Atena da própria cabeça; com Leto teve Apolo e Ártemis; com Deméter teve Perséfone. Da esposa Hera nasceram Ares e Hefestos.

Em muitas de suas aventuras, Zeus se metamorfoseou como artifício de sedução e também para escapar aos olhos da ciumenta Hera. Entre alguns exemplos, se tornou touro para Europa e cisne para Leda, mãe dos mortais Castor e Clitemnestra, filhos do marido Tíndaro; e de Helena e Pólux, filhos de Zeus. Mostrou-se a Dânae como chuva de ouro e com ela teve o herói Perseu.

Mas Zeus não perdeu a cabeça somente pelas mulheres. O mais belo dos mortais, Ganimedes, da casa real de Tróia, também foi amado pelo deus. O jovem, que mal havia passado da puberdade, pastoreava rebanhos no Monte Ida quando Zeus o raptou e o levou para o Olimpo. Uma versão do mito conta que a águia de Zeus foi responsável pela missão. No Olimpo, Ganimedes se tornou o copeiro dos deuses, encarregado de servir o néctar durante os felizes encontros entre os imortais. Para compensar o pai do jovem, Zeus mandou-lhe cavalos divinos de presente, além de assegurar que Ganimedes se tornara imortal.


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Solange Firmino


Texto completo na coluna Mito em Contexto, em Blocos online.

Imagem: Escultura neoclássica, Zeus e Ganimedes.


quarta-feira, novembro 19, 2008

Prêmio Dardos


O blog de Leila Míccolis ganhou o Prêmio Dardos, concedido pelo DuvidoLogias, da escritora Tania Montandon. Além de exibir o selo, Leila pôde escolher 15 blogs para para receberem também a premiação virtual.

Agradeço aqui ao criador do Prêmio Dardos e a Leila Míccolis pela homenagem ao meu blog entre os 15 selecionados.

quarta-feira, novembro 05, 2008

Hera, Héracles e a Via Láctea


Galáxias são ilhas gigantes com bilhões de estrelas. Existem muitas dessas ilhas, mas o Sol, a Lua, os planetas do Sistema Solar, todas as estrelas que conseguimos ver no céu e outras infinitas que não enxergamos fazem parte da galáxia chamada Via Láctea. Todos os povos da Antigüidade a notaram e a ela atribuíram explicações míticas. Vista da Terra, essa coleção de estrelas parece um cinturão envolvendo o céu, por isso muitos a chamaram de “espinha dorsal da noite”. Alguns acharam que era um caminho por onde passavam as almas dos mortos, ou que fosse formada pelas almas dos heróis. Outros acharam que era uma Grande Serpente separando a Terra do Céu, e a serpente estaria devorando a própria cauda, num belo símbolo do tempo sem começo ou fim.

No século XVII, Galileu Galilei comprovou que a Via Láctea é realmente formada por uma imensidão de estrelas, conforme alguns antigos gregos já haviam dito, como Anaxágoras e Demócrito. Para o homem moderno, começava aí a descoberta da natureza da Via Láctea. No século XVIII, Edmund Halley comparou posições de estrelas da época com aquelas encontradas nos catálogos de 1500 anos antes feitos por Ptolomeu. Ele concluiu que as estrelas mudavam de posição, descobrindo o movimento próprio delas. O homem moderno vive em cidades que ofuscam a luz das estrelas, mas os cientistas vivem e observando o céu com seus telescópios maravilhosos e descobrindo mais segredos sobre as galáxias.

Galáxia é o nome grego para Via Láctea. O termo vem de gala, leite. O adjetivo galaktikos sugere o termo “branco leitoso”. Quando olhamos o céu noturno sem as luzes da cidade, temos a impressão que parte do céu realmente contém uma estrada esbranquiçada. Os romanos deram o nome de Via Láctea, caminho de leite, a essa aparência; o láctea latino deu origem a nomes como leite e laticínio. Por vários séculos galáxia e Via Láctea foram palavras sinônimas; à medida que aumentou nosso conhecimento do Universo, o primeiro termo passou a ter significado mais genérico. A ligação poética com o leite foi dada pela mitologia, que atribuía a formação da Via Láctea ao leite do seio de Hera, esposa de Zeus.

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Solange Firmino


Texto completo na coluna Mito em Contexto, em Blocos online.


Imagem: Alcides mamando em Hera.

sábado, outubro 25, 2008

Monte Olimpo, morada dos deuses


As divindades gregas foram organizadas em famílias divinas, que apresentavam igualmente os defeitos e virtudes das famílias humanas. As genealogias das famílias divinas também explicam a criação do Universo, na cosmogonia, e a origens dos deuses, na teogonia.

Os deuses primordiais, ou deuses da primeira geração, eram entidades que geraram o mundo. Nessa primeira fase do Cosmo, Urano e Gaia deram origem a uma numerosa descendência: Titãs, Titânidas, Ciclopes, Hecatonquiros e outros representados como primitivas forças da natureza, como os relâmpagos, e representavam também os impulsos básicos da vida, como a morte.

Na segunda geração divina, Urano foi destronado e os Titãs tomaram o governo do mundo sob o comando de Crono, o Tempo. Essa geração era descendente das forças primordiais e ainda transmitia uma visão indomada da natureza. Ao lado de divindades monstruosas e incontroláveis surgiram os primeiros deuses de aparência parecida com a humana.

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Solange Firmino


Texto completo na coluna Mito em Contexto, em Blocos online.

Imagem: Monte Olimpo, Tessália. Janice Siegel.

domingo, outubro 05, 2008

Prometeu e Pandora

Urano e Gaia tiveram vários filhos, entre eles, Jápeto, que foi pai de Prometeu. O titã morava no Olimpo com os deuses e vivia aprontando. A mais brincadeira mais séria foi criar o ser humano do sexo masculino e colocar nele a alma, uma centelha do fogo divino. Prometeu cedeu também o fogo material e, com ele, benefícios como forjar armas, ferramentas e cozinhar alimentos. Até então, o fogo era exclusivo das divindades e os homens puderam usá-lo oferecendo sacrifícios em troca. Na primeira oferenda, Prometeu escondeu a carne de um animal sacrificado, deixando para o primo Zeus os ossos e a gordura. Ao descobrir o engano, o Senhor do Olimpo privou os homens do fogo.


Prometeu então roubou uma brasa da forja de Hefestos, o deus ferreiro, e entregou novamente o fogo aos homens. Zeus resolveu se vingar. Para os homens enviou a primeira mulher, Pandora, fabricada por Hefestos. Ela era perfeita como as deusas, e todas as divindades lhe concederam dons especiais, como a beleza de Afrodite. Pandora seduziu Epimeteu, o irmão menos esperto de Prometeu que, ao contrário do que aconselhou o irmão, casou com ela.

Pandora trouxe uma caixinha de presente para o marido. Movida pela curiosidade, abriu-a, e dela saíram os males que têm perturbado os homens, como as doenças e a necessidade de trabalhar para sobreviver. Quando a fechou, deixou presa a Esperança. O ato de Pandora provocou a perda do paraíso, assim como o ato da Eva cristã ao comer o fruto proibido. Em ambos os casos, a mulher se identifica com o mal, mas Pandora não estava proibida de abrir a caixa, tudo o que aconteceu foi um plano de Zeus para derrotar os homens. Todos os seus atributos, como a curiosidade, foram intencionalmente outorgados pelos deuses. Outra diferença entre as duas é que Eva comeu o fruto sabendo que era proibido e, enquanto Pandora pretendia trazer o mal aos humanos, Eva foi feita para ser companheira do homem.

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Solange Firmino


Texto completo na coluna Mito em Contexto, em Blocos online.


Imagens: Pandora (de Lefebvre) e Prometeu (de Jean-Louis-Cesar)

sábado, setembro 20, 2008

A tragédia de Cassandra, princesa de Tróia


Antes de Páris, filho mais novo de Príamo, rei de Tróia, nascer, a rainha Hécuba sonhou que seu filho seria uma tocha que incendiaria a cidade. Os adivinhos aconselharam Hécuba a matar a criança, mas o casal real resolveu deixá-la longe do reino após o nascimento. O servo encarregado da tarefa recolheu o menino e o criou sem ninguém saber. Anos depois, Páris era pastor e protetor de rebanhos no Monte Ida. Um dia, participou de disputas atléticas em Tróia e foi reconhecido pela irmã Cassandra. Imediatamente foi aceito pelos pais.

Durante as núpcias de Peleu e Tétis, quando se deu o impasse provocado pela deusa Éris, Zeus indicou Páris como juiz da disputa. Hermes conduziu as três deusas até o local onde o rapaz pastoreava os rebanhos e cada uma delas prometeu presentes especiais para tê-lo a seu favor. Hera prometeu o domínio da Ásia; Atena, sabedoria; Afrodite, o amor da mulher mais bela do mundo, Helena, já casada com Menelau. Páris decidiu a favor de Afrodite, selando o destino dele, de sua família e toda a cidade de Tróia.

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Solange Firmino


Texto completo na coluna Mito em Contexto, em Blocos online.


Imagem: Cassandra segura a estátua de Atena enquanto Ájax a agarra.

sábado, setembro 06, 2008

O deus da guerra e a fundação de Roma



Considerado o deus da guerra, Ares era filho de Hera e Zeus, mas não era muito popular entre deuses e humanos, pois personificava a natureza brutal da guerra e era agressivo e sanguinário. Suas características contrastavam com as dos outros deuses, há poucos santuários e relatos sobre ele. Os atenienses consagraram-lhe o rochedo próximo à Acrópole chamado Areópago, porque nesse monte foi instalado um tribunal para julgá-lo por ter matado um filho de Poseidon. O mesmo lugar depois serviu de cenário a vários tribunais humanos.


Ares não se importava com a causa de uma guerra, mas pelo combate em si, diferente da irmã Atena. Embora tivesse nascido armada e pronta para a batalha, a guerra patrocinada por Atena era motivada por um ideal honroso, feita com inteligência e utilizada como último recurso. A deusa era estrategista e lutava do lado de quem estivesse com a razão. Ares e Atena não se gostavam e viviam em confronto. Ela sempre ganhava. Pela sua crueldade, muitos contaram que Ares provinha dos trácios, que os gregos consideravam desprezíveis e bárbaros. Ares estava sempre acompanhado pelo Medo, Terror e Discórdia, personificados por seus filhos Fobos, Deimos e Éris.

Entre os olímpicos, a única que o amou foi a deusa do amor, Afrodite, casada com o artífice Hefestos. Quando o marido saía, Afrodite e o amante se encontravam. Um rapaz tomava conta e os avisava antes que Hélio, o deus-Sol que tudo via, se aproximasse. Uma vez o rapaz dormiu e não viu Hélio surpreender os amantes. Para se vingar, Hefestos preparou uma rede indestrutível com a qual prendeu Ares e Afrodite. Hefestos chamou todos os deuses para testemunharem o adultério. Quando ficaram livres, Ares retornou à Trácia e Afrodite foi para a Ásia Menor.

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Solange Firmino


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Imagem: Ares e Adrofite de Paolo Veronese.



terça-feira, agosto 19, 2008

Zeus e as lutas pelo domínio do Universo

Zeus era o mais importante dos deuses gregos. Ele mantinha a ordem e a justiça do mundo e dominava o Céu e fenômenos atmosféricos como chuvas, relâmpagos e raios. A ascensão de Zeus ao poder foi conquistada pelas vitórias em diversas lutas. A primeira delas foi contra seu pai Crono, que devorava os filhos assim que nasciam para se livrar da maldição de Gaia e evitar que um dos filhos tomasse seu trono, como ele havia feito com o pai Urano.

Quando o terceiro filho estava para nascer, Réia, auxiliada por Gaia, escapou da vigilância de Crono e deu à luz Zeus. Deixou-o sob os cuidados das ninfas em Creta e, para enganar o marido, entregou pedra envolta em panos, que Crono prontamente engoliu. Ao perceber o engano, procurou o filho por todos os lugares. Zeus estava bem guardado pelas ninfas e Curetes (gênios da natureza), que dançavam ao redor de seu berço, batendo lanças, escudos e soltando gritos para abafar seu choro.

Quando adulto, Zeus procurou Métis, a Prudência, e recebeu uma poção mágica com a qual fez Crono vomitar os filhos engolidos. Zeus e os irmãos lutaram anos contra o pai na titanomaquia. Para ajudá-los, libertou os Ciclopes, gigantes de um olho só, e os Hecatonquiros, gigantes de cem braços, que seu pai mantivera presos no Tártaro. Venceram Crono, que foi condenado a viver na terra. Na divisão do universo, Poseidon herdou o reino do mar; Hades o reino subterrâneo; e Zeus ficou com o Céu e domínio do mundo. Os Ciclopes deram a Zeus o raio e o trovão; para Hades, o capacete que o tornava invisível; para Poseidon, o tridente que abalava o céu e o mar.

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Solange Firmino


Texto completo na coluna Mito em Contexto, em Blocos online.


Imagem: Zeus derruba um Titã.


quarta-feira, agosto 06, 2008

Deméter e os Mistérios de Elêusis


Várias cerimônias religiosas em que se cultuavam os deuses eram realizadas na Grécia Antiga. Os Mistérios de Elêusis estavam ente as mais importantes cerimônias e cultuavam Perséfone e Deméter, respectivamente Prosérpina e Ceres para os romanos. Deméter era filha dos titãs Crono e Réia. Divindade da terra cultivada, diferente de Gaia, elemento cosmogônico, Deméter era a mãe do grão, a deusa da agricultura, principalmente do trigo, considerado o mais precioso dos cereais.
Deméter teve a filha Perséfone com Zeus. A jovem era conhecida como Core, a donzela. Core crescia tranquila entre as ninfas e em companhia de Ártemis e Atena , quando foi raptada pelo tio Hades, com o auxílio do próprio Zeus. Enquanto colhia flores, Zeus colocou um narciso na beira de um abismo para atraí-la. Ao se aproximar da flor, Hades apareceu e a levou para o mundo ctônio. Os sofrimentos pelos quais Deméter passou após o sumiço da filha foram relatados no Hino Homérico a Deméter, composto no final do século VII a.C.
Deméter procurou a filha no mundo inteiro durante nove dias e nove noites, sem comer, beber ou se banhar. No décimo dia encontrou Hécate, associada ao mundo das sombras. A deusa ouviu o grito, mas não reconheceu o raptor, escondido nas sombras da noite. Hélio, o Sol que tudo via, contou a verdade. Irritada com Hades e Zeus, a deusa decidiu não retornar ao Olimpo e permaneceu na terra, abdicando de suas funções.
Solange Firmino


Texto completo na coluna Mito em Contexto, em Blocos online.
Imagem: Deméter, Perséfone e Triptólemo


segunda-feira, julho 21, 2008

Trégua para os Jogos


Historicamente localizamos os primeiros Jogos Olímpicos no ano de 776 a.C., alguns estudiosos dizem que eles já eram realizados no século IX a.C.. Uma das teorias míticas sobre o surgimento dos Jogos considera sua origem nas competições fúnebres em honra a Pélops, outra conta que o jovem Zeus foi hospedado por Crono e resolveu disputar o trono. Zeus derrotou o deus do tempo e instituiu os Jogos para comemorar.

Na Ilíada de Homero há menções a jogos fúnebres organizados durante a Guerra de Tróia pelo herói Aquiles em memória ao amigo Pátroclo, morto por Heitor. Na Eneida há relato de jogos em honra Anquises, pai do herói romano Enéias. Nos jogos fúnebres aconteciam disputas, costume que provavelmente evoluiu até resultar nos Jogos Olímpicos.

Além das competições em Olímpia, havia outras realizadas em cidades diferentes, e homenageando outros deuses Os Jogos Ístmicos honravam Poseidon no santuário de Corinto. Os Jogos Nemeus eram realizados em honra de Zeus em Neméia. Os Jogos Píticos celebravam Apolo no santuário de Delfos e aconteciam a cada quatro anos, nos intervalos das Olimpíadas. Além das competições esportivas, esses jogos se diferenciavam pelas competições artísticas. A lenda diz que foram instituídos pelo próprio Apolo para comemorar a vitória sobre a serpente Píton, antes de assumir o controle do Oráculo .

Solange Firmino


Texto completo na coluna Mito em Contexto, em Blocos online.

Álbum pessoal com 33 fotos do Santuário de Zeus em Olímpia.

Imagem: Corredor em Olímpia, por onde os atletas entravam no estádio. Por Solange Firmino.

sábado, julho 05, 2008

O belo Adônis


Adônis aparece desde a Antigüidade relacionado a mitos vegetais e agrícolas e como modelo de beleza masculina. Em uma das lendas sobre sua origem, era filho da relação incestuosa entre Mirra e o pai Cíniras, rei de Chipre. Outra lenda diz que era filho de Smirna (Mirra) e Téias, rei da Assíria. Em todas elas, a rainha teria ofendido Afrodite, a bela deusa do amor, ao dizer que a filha era mais bonita do que a deusa.

De acordo com o castigo ditado pela deusa, Mirra desejou o pai e, com a ajuda de uma criada, uniu-se a ele por doze noites seguidas. Na última noite o rei percebeu o acontecido e perseguiu a filha. A jovem buscou refúgio na floresta e Afrodite, compadecida com seu sofrimento, metamorfoseou-a na árvore de mirra. Meses depois a casca da mirra inchou e se abriu, nascendo Adônis, ou o próprio rei abriu a casca da árvore para retirar o filho e neto. Outra lenda diz que um javali despedaçou a árvore com os dentes para fazer nascer a criança.

Encantada com a beleza de Adônis, Afrodite o entregou a Perséfone, esposa de Hades, para que o criasse. Igualmente encantada, Perséfone se recusou a devolvê-lo. A disputa entre as duas deusas foi arbitrada por Zeus: Adônis passaria um terço do ano com Perséfone, outro com Afrodite, e o restante dos meses poderia passar onde quisesse. E Adônis passava esse tempo sempre com Afrodite.

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Solange Firmino

Texto completo na coluna Mito em Contexto, em Blocos online.


Imagem: Vênus e Adônis, Sidney Meteyard.

segunda-feira, junho 30, 2008

Asclépio e o Santuário de Epidauro


Quando surgiram teorias para explicar o funcionamento do corpo humano e as doenças na Grécia Antiga, Hipócrates se tornou o médico mais famoso. Mas a medicina grega mais antiga era baseada na mitologia e na religião, e associava as curas a diversas divindades. Havia vários santuários dedicados às divindades médicas, onde os devotos se encaminhavam à procura de ajuda divina para problemas de saúde. O mais popular centro de cura era o santuário de Asclépio.

Asclépio era considerado filho de Apolo com a mortal Corônis. A jovem traiu Apolo durante a gravidez e foi morta por uma flecha de Ártemis, a pedido do deus. O filho foi retirado do ventre da mãe e levado ao centauro Quíron, o grande educador dos heróis e médico magnífico. Com o melhor mestre, Asclépio se tornou tão capaz na arte de curar que passou a ressuscitar os mortos. Hades se queixou com Zeus, pois seu reino ficaria vazio. Por tentar alterar a ordem natural do mundo, Zeus fulminou Asclépio com seu raio, mas em reconhecimentos ao seu trabalho, consagrou-o entre as divindades.

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Solange Firmino


Texto completo - e foto de Asclépio tirada por mim no museu em Epidauro - na coluna Mito em Contexto, em Blocos online.


Imagem: Eu no Teatro de Epidauro.

domingo, junho 15, 2008

Memória e esquecimento


"A memória viaja leve. Não leva bagagem desnecessária."

[Rubem Alves]

Entre os antigos gregos, a memória era um dom. Mnemósine, a Memória personificada, permitia ao Poeta lembrar do passado, resgatar fatos e transmiti-los aos simples mortais por meio da poesia e do canto. A narrativa oral permitia que a memória fosse compartilhada através das gerações. Assim, os grupos que não tinham registro escrito mantiveram suas culturas.

Com o advento da escrita, os fatos não dependiam da memória humana para preservar informações. Suportes de escrita como pergaminho e papel representaram uma extensão da nossa memória. Desenvolvemos meios mais sofisticados para guardar e reproduzir a memória em textos e imagens com a invenção da imprensa, que alterou novamente a memória do indivíduo e dos grupos. Registramos os conhecimentos nos livros, que passaram a desempenhar também o papel de memória coletiva.

Através da memória coletiva, sabemos que pertencemos a um grupo com um passado em comum. Nossa identidade se constitui da mistura de experiências vividas e memórias compartilhadas no grupo. Rearranjamos, estudamos, vivenciamos novas experiências e esquecemos outras. Esquecemos para dar espaço a outras informações. Num processo natural, novas informações se misturam às mais antigas e se transmutam. Isso gera mais informações e novos conhecimentos. Assim, o passado vai construindo o presente. Aprendemos e lembramos.

Para nos ajudar a lembrar, reunimos ao longo dos séculos objetos e variados registros, criamos espaços específicos para armazenamento da memória coletiva, como museus, arquivos públicos e bibliotecas. Mas a memória nunca deixou de ser estudada. A partir do século XX, as ciências ganharam novas teorias sobre o funcionamento da memória, e esses estudos repensaram conceitos como retenção, seleção e esquecimento. A retenção nos incomoda, pois preservamos apenas parte de nossas vivências. A memória é seletiva, não é simplesmente um acúmulo de tudo o que vivemos. É preciso esquecer para não sobrecarregar a memória.

Cada vez mais arranjamos  meios para registrar e preservar a memória fora de nós. O computador e as novas tecnologias aumentaram esta possibilidade.  Podemos gravar e consultar em arquivos digitais toda a informação produzida pela humanidade. Conseguimos que os computadores tivessem mais memória que nós. Mas também temos medo deles, já que fazemos filmes e escrevemos livros o tempo todo falando sobre o domínio dos homens pelas máquinas. Desconfiamos das nossas criações, mas confiamos na inesgotável memória delas. Não mais memorizamos números de telefones, e-mails e datas importantes. Tememos catástrofes naturais, mas uma catástrofe digital seria igualmente lamentável.

internet facilitou o acesso global à informação. Os dados disponíveis nos milhões de páginas representam uma parcela bem grande da nossa memória social, agora dinâmica e navegável. O que parece ser muita informação pode se resumir a pouca, os milhões de títulos disponíveis não significam necessariamente ganho em sabedoria. A memória humana permite não somente conservar, mas filtrar, e isso a memória da internet não faz.  Também é questionável a preservação do conhecimento no ambiente virtual, pois não há garantias de que a informação ficará lá sempre.  

As novas tecnologias expandiram nossa capacidade para comunicar com mais rapidez, bilhões de páginas de informações continuam crescendo a cada segundo na internet. É uma memória infindável onde se coloca tudo. O excesso de informação nos confunde, e sua quantidade excede nossa capacidade de absorção.

Não adianta tanta informação sobre o presente se não refletimos sobre o passado. As incontáveis páginas concentram-se no presente imediato. Se procurarmos informações antigas sobre assuntos que não sejam tão populares, faremos um longo trabalho de pesquisa. Isso ajuda a distorcer a visão do mundo para os que usam a internet como única fonte de referência, pois essa grande memória parece não ter passado longínquo.

Para as novas gerações, a Escola hoje tem o papel fundamental de trazer à tona o passado, com o qual teremos lições que nos permitirão repensar o presente. Para lembrar, precisamos aprender; não há memória sem aprendizagem. E o nosso maior problema na Educação é a aprendizagem. A “Era tecnológica” pode se tornar a “Era do Esquecimento”, e toda a memória do computador de nada valerá sem a memória humana como interação. Se não aprendermos a usar as tecnologias de forma eficiente, podemos perder nossa memória coletiva. É preciso preservá-la para nós e os que virão.

Solange Firmino

Leia o texto em Blocos online, nesse link.


Imagem: Mnemosyne, Lord F. Leighton

domingo, junho 08, 2008

Oceano e Tétis: fecundidade aquática


Após a união de Urano e Gaia, na primeira fase do Cosmos, seguiu-se uma numerosa descendência com o surgimento dos Titãs, Titânidas, Hecatonquiros, Ciclopes, etc. Os Titãs representam as manifestações elementares em evolução. Uma dessas indomáveis forças era Oceano. Concebido inicialmente como um rio-serpente em torno da Terra, Oceano era a água personificada que rodeava o mundo, o rio cósmico original. Quando os conhecimentos geográficos se tornaram mais precisos, Oceano passou a designar o Oceano Atlântico.

A esposa de Oceano era a titânida Tétis (diferente da nereida Tétis, mãe de Aquiles). Tétis simbolizava o poder e da fecundidade feminina do mar, e fez de Oceano o pai de todos os rios, contados como mais de três mil na Teogonia do poeta Hesíodo. Era pai também das Oceânidas (ninfas dos mares), que personificavam riachos, fontes e nascentes. As Oceânidas se uniram a deuses e mortais e também foram responsáveis por uma descendência numerosa.

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Solange Firmino

Leia o texto completo na coluna Mito em Contexto em Blocos online.


Imagem: Mosaico da cabeça de Oceano.

quinta-feira, junho 05, 2008

Ártemis e Hécate, divindades lunares / Mito em Contexto comemorando 2 anos



Durante muito tempo os mitos foram o principal instrumento de compreensão do mundo. A sociedade moderna se afastou dos seus ensinamentos, o que não significa que tenhamos encontrado o sentido da existência ou que a vida na Terra pareça menos ameaçadora. Mas o que é atemporal resiste, e as narrativas míticas ainda fazem sentido para muitos, sejam pesquisadores ou simples curiosos; pessoas que acreditam em várias formas de se investigar o mundo. Pessoas como Leila Míccolis, a quem agradeço o convite há dois anos para escrever sobre "mito em contexto" - S.F.

Ártemis e Hécate, divindades lunares

Eos, a Aurora, abria a porta do Céu para o carro de Hélio, o Sol, que enchia o mundo de luz. Selene, a Lua, completava a tríade das antigas divindades siderais. Selene começava seu trabalho num carro de prata, ao entardecer, quando Hélio terminava sua viagem. Selene não teve culto especial, somente quando se identificou com Ártemis, cujo culto foi mais elaborado. Depois, Ártemis suplantou Selene, como Apolo a Hélio.

A Ártemis grega resulta do sincretismo da Ártemis oriental com a ocidental. Após a ocupação da Grécia, Creta e parte da Ásia Menor pelos helenos, Ártemis de Éfeso, a deusa asiática da fecundidade, acabou transformada em virgem caçadora. Sua mãe ficou grávida depois de uma aventura com Zeus e foi perseguida pela ciumenta esposa dele. Recebida na ilha de Delos, Leto deu à luz Ártemis, que em seguida ajudou no nascimento do irmão gêmeo Apolo. Assustada com o sofrimento da mãe durante o parto, quis ficar sempre virgem. As mulheres do seu cortejo deviam permanecer virgens como ela. Mas isso não impediu sua associação com a fecundidade feminina .

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Solange Firmino

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Imagem: Hécate, William Blake.

quarta-feira, maio 21, 2008

As aventuras de Zeus-touro com Io e Europa


Zeus ficou encantado com a beleza da princesa fenícia Europa e se transformou em um touro para raptá-la. O deus se utilizava das metamorfoses para não despertar a desconfiança da esposa Hera. Como touro, Zeus se aproximou do lugar onde a princesa estava com as amigas e deitou a seus pés. Europa acariciou o animal e ficou tão confiante que sentou no seu dorso. Zeus-touro levantou e se lançou com ela no mar. Assustada, Europa mal se equilibrava, segurando os chifres do touro, que logo entrou nas ondas e se afastou da terra.

Europa e Zeus se uniram quando chegaram à ilha de Creta, sob a sombra dos plátanos, que não perderam mais as suas folhas em homenagem à união dos dois. Tiveram os filhos Sarpédon, Radamanto e Minos. Europa depois casou com o rei de Creta, Astérion, que adotou os filhos de Zeus. Zeus transformou o touro em constelação.

Minos governou Creta e teve sua história relacionada com o labirinto. Antes de reinar, disputou o trono com os irmãos, alegando que lhe pertencia por vontade dos deuses e provaria isso. Solicitou ao deus Poseidon que fizesse um touro sair do mar, prometendo sacrificar o animal em seguida. Quando estava no poder, Minos sacrificou a Poseidon outro animal. O deus pediu a Afrodite que despertasse na esposa de Minos uma paixão pelo touro. Pasífae pediu ajuda ao arquiteto Dédalo, que fez uma novilha de bronze para que ela consumasse seu desejo. Da união nasceu o Minotauro, metade homem, metade touro.

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Solange Firmino


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*Imagem: Zeus-touro e Europa, Gustave Moreau.

segunda-feira, abril 21, 2008

Poseidon, Senhor de Atlântida

Netuno na mitologia romana, entre os gregos Poseidon era filho de Crono e Réia, da segunda geração divina. Participou com Zeus e outros irmãos da batalha contra os Titãs. Após a derrota dos Titãs, o Universo foi dividido em três reinos, Zeus ficou com o Olimpo, Hades com as entranhas da Terra e Poseidon com o domínio do Mar. Foi antes da batalha que o deus dos mares herdou dos Ciclopes sua arma e cetro, o tridente, tão terrível quanto o raio de Zeus.

Entre seus diferentes epítetos, Poseidon era o “sacudidor de terra”, pois antes de se tornar deus do mar era um antigo deus ctônio, que fazia a terra oscilar. Desse modo, se tornou também “sacudidor do mar”, domador de ondas e de cavalos. Era invocado como salvador de navios e protetor dos passageiros. Poseidon percorria as águas na carruagem criada por seres monstruosos meio cavalos, meio serpentes, que também faziam parte de seu cortejo, junto com Nereidas, delfins, peixes e criaturas marinhas de toda espécie.
Foi Poseidon o responsável pela paixão de Pasífae pelo touro de Creta. O rei Minos pediu a Poseidon um touro para provar seu poder aos adversários. Minos devia oferecer ao deus o touro que saiu do mar. Admirado com a beleza do animal, o rei o guardou em seu rebanho e sacrificou outro animal em seu lugar. Enfurecido, Poseidon pediu à deusa Afrodite que despertasse na esposa de Minos um desejo pelo touro. Pasífae pediu ao arquiteto Dédalo que construísse uma vaca oca de madeira para que ela pudesse consumar seu desejo. Dessa união nasceu Minotauro, monstro com corpo de homem e cabeça de touro.
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Solange Firmino
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Imagem: Poseidon,
Museu Arqueológico Nacional de Atenas.

sábado, abril 12, 2008

sábado, abril 05, 2008

Ilíada, A Ira de Aquiles


Aquiles era filho do mortal Peleu com a nereida Tétis, que foi desejada por Zeus e Poseidon. Tétis teve que casar com um marido mortal por causa da revelação de um oráculo: se ela tivesse um filho com Zeus ou Poseidon, ele seria mais poderoso que o pai. Não se conformando com a mortalidade do marido, Tétis tentou imortalizar os filhos. Peleu pegou Aquiles no momento em que ela segurava o menino pelo calcanhar para torná-lo invulnerável. O herói se tornou invulnerável, exceto no calcanhar.

As aventuras mais famosas de Aquiles aconteceram na Guerra de Tróia e foram contadas na Ilíada, que muitos consideram como a história dessa guerra, mas no começo da Ilíada os gregos já lutavam com os troianos há nove anos. No canto I da narrativa sabemos o objetivo da narração:

Canta, ó deusa, a ira funesta de Aquiles Pelida, ira
que tantas desgraças trouxe aos Aqueus e fez baixar ao Hades
muitas almas de destemidos heróis, dando-os a eles mesmos
em repasto aos cães e a todas as aves de rapina: cumpriu-se
o desígnio de Zeus, em razão da contenda, que, desde o início,
lançou em discórdia o Atrida, príncipe dos guerreiros,
e o divino Aquiles.

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Solange Firmino

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Imagem: Aquiles e Pátroclo

quarta-feira, março 19, 2008

Olhar e cegueira


O olhar da Medusa era petrificante. Tirésias viu a deusa Atena se banhando em uma fonte e ficou cego. Tornou-se adivinho e previu que Narciso viveria bastante, desde que não se visse. Psiqué também não devia olhar o marido Eros em sua forma divina, mas ela desobedeceu. Orfeu desobedeceu aos deuses ctônios e perdeu a amada Eurídice ao olhar para trás.

Diz uma história que Tirésias perdeu a visão depois que viu a deusa Atena nua. Após ouvir queixas da mãe de Tirésias, a deusa concedeu a ele o dom da adivinhação. A mais famosa história da sua cegueira conta que, quando estava no monte Citerão, viu duas cobras copulando, antes de voltarem contra ele. Tirésias matou a fêmea e se transformou em mulher. Tempos depois, de volta ao monte, viu outro casal de cobras copulando. Matou a cobra macho e se transformou em homem.

Por ocasião de uma discussão entre Zeus e Hera sobre quem teria mais prazer na relação sexual, Tirésias foi chamado para decidir, já que conhecia bem os dois sexos. Hera achava que o homem tinha mais prazer e Zeus achava que era a mulher. Tirésias disse que se o prazer fosse dividido em dez partes, o homem ficaria com apenas uma, enquanto a mulher teria nove. Furiosa por ter perdido, Hera cegou Tirésias. Mas o vitorioso Zeus o recompensou com o dom da profecia.

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Solange Firmino


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Imagem: Narciso de Caravaggio.

quarta-feira, março 05, 2008

Orfeu, Mestre do Orfismo


O mítico Orfeu era filho do rei Eagro com Calíope, uma das nove musas. Sempre vinculado à música e à poesia, Orfeu aprendeu sua arte com Apolo, deus da música. Participou da expedição dos Argonautas, acalmou as ondas com música e salvou o navio, anulando o efeito do canto das Sereias. Ao voltar dessa aventura, casou com a ninfa Eurídice. Aristeu tentou violá-la e, ao fugir, ela pisou em uma serpente e morreu após a picada.

O inconformado Orfeu desceu ao reino de Hades para pedir Eurídice de volta. Encantou o mundo ctônio, desde o barqueiro Caronte até os deuses que lá moravam. Os que sofriam castigos tiveram descanso temporário: Sísifo deixou de rolar a pedra, Tântalo esqueceu a sede e a fome, as Danaides pararam de encher seus tonéis sem fundo.

Perséfone e Hades concordaram em devolver Eurídice com a condição de que ela seguisse depois de Orfeu e ele não poderia olhar para trás. Orfeu aceitou e caminhou bastante, mas teve dúvidas e olhou para trás. Eurídice estava lá, mas sumiu na sua frente para sempre. Inconsolável, Orfeu repeliu todas as mulheres e instituiu mistérios voltados para os homens.

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Solange Firmino


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Imagem: Orfeu e Eurídice de Rodin.

quarta-feira, fevereiro 20, 2008

Os filhos monstruosos de Équidna


As mais poderosas e primitivas forças da natureza estavam representadas na Primeira Geração Divina. E havia monstros assustadores. Pertencentes a essa primeira geração, o Gigante Crisaor e Calírroe, filha de Oceano, tiveram os filhos Gerião e Équidna. Gerião era um gigante de três cabeças que foi morto pelo herói Hércules. Équidna era um monstro com corpo de mulher e cauda de serpente que vivia nas profundezas. Com Tifão, Équidna gerou os monstros Fix, Ortro, Leão de Neméia, Hidra de Lerna, Cérbero e Quimera. Esses monstros eram violentos, por isso foram combatidos pelos heróis.

O Cão Cérbero guardava a entrada do Hades, mas nunca permitia a saída. Hércules entrou e saiu, pois venceu Cérbero em uma luta e pôde levá-lo por um tempo para a corte de Euristeu, em um dos seus doze trabalhos. Hidra era uma serpente gigante de várias cabeças que vivia na região de Lerna. Tinha uma picada venenosa e sem antídoto. Quando uma de suas cabeças era cortada, nascia outra no lugar, e uma delas era imortal. Esse monstro foi vencido por Hércules com a ajuda de Iolau, que trazia fogo para cauterizar cada cabeça que o herói cortava.

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Solange Firmino


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Figura: Hércules e o Leão de Neméia

sábado, janeiro 19, 2008

Hermes, o mais ocupado dos deuses



Hermes foi fruto de um dos amores de Zeus: Maia, filha do Titã Atlas. A irada esposa de Zeus fez com que Maia se escondesse e ela deu à luz em uma caverna no Monte Cilene. Recém-nascido, Hermes deixou a mãe e saiu em busca de aventura. Foi ao monte onde pastava o gado do rei Admeto, guardado pelo irmão Apolo, e o roubou. Ofereceu dois animais aos deuses e, das tripas secas e esticadas, fez as cordas com que prendeu no casco de uma tartaruga, criando a lira.

Quando descobriu o acontecido, Apolo levou o astuto ladrão para ser julgado por Zeus. No início ele mentiu, mas confessou e jurou que nunca mais mentiria. Aliás, ele jurou, mas disse que não podia prometer contar a verdade inteira. Hermes se tornou símbolo de trapaça, por isso era protetor dos comerciantes e ladrões. E já que essas atividades dependem de argumentação, também era considerado o deus da eloqüência.

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Solange Firmino

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