“[Narciso] deitou-se tentando matar a sede,
outra mais forte achou. Enquanto bebia,
viu-se na água e ficou embevecido com a própria imagem. (Ovídio, “Metamorfoses”)
outra mais forte achou. Enquanto bebia,
viu-se na água e ficou embevecido com a própria imagem. (Ovídio, “Metamorfoses”)
Como aprender a me ver
sem me perder?
O reflexo não me explica,
apenas me consome
e me prende.
Uno-me tanto a mim
que meus átomos se juntam
ao meu reflexo.
sem me perder?
O reflexo não me explica,
apenas me consome
e me prende.
Uno-me tanto a mim
que meus átomos se juntam
ao meu reflexo.
Como Narciso,
eu sou aquele
eu sou aquele
no reverso, no inverso,
no espectro que me devora.
Quando me perco,
é quando me encontro.
no espectro que me devora.
Quando me perco,
é quando me encontro.
Solange Firmino
[9º lugar no concurso Brasil dos Reis 2011]
Imagem: Narciso, de Caravaggio.
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